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Uma tradição que atravessa gerações
Esta nova geração de artesãos está a levar a joalharia portuguesa ao mundo todo. E com muito êxito! Aproveitam as feiras internacionais para mostrar o seu trabalho, falar com os clientes e arranjar encomendas. A ourivesaria portuguesa já vale mil milhões de euros.
É o design, muito influenciado pela filigrana, a qualidade e os novos materiais que estão a conquistar clientes. A minúcia e a precisão das jóias em filigrana fazem-nos sonhar.
Hoje em dia, a produção desta arte ainda é confidencial e familiar. Trata-se, normalmente, de pequenos ateliers onde não se pode produzir em larga escala. As peças de filigrana, em ouro ou em prata são exemplos de beleza e de modernidade, mas também de cultura e de artesanato, com integral garantia de qualidade.
A arte da filigrana em Portugal
A filigrana não é algo exclusivo de Portugal nem foi inventado pelos portugueses. Desde a antiguidade greco-romana que esta arte de trabalhar o ouro e a prata através de delicados fios é utilizada na joalharia. Contudo, enquanto que noutros países a tradição da filigrana se foi perdendo, em Portugal foi-se apurando e intensificando. O nosso país tinha desenvolvido um gosto especial por esta técnica de ourivesaria e os nossos artesãos ficaram cada vez mais hábeis e criativos. A partir do século XVII, a filigrana portuguesa tinha já construído um caminho muito próprio e assentava em moldes muito diferentes de qualquer outro tipo de filigrana.
Para se conhecer a origem da filigrana há que retroceder até à Mesopotâmia, no terceiro milénio antes de Cristo. As peças mais antigas datam de 2500 a. C. e foram descobertas no atual Iraque. Na Síria, foram encontradas peças de aproximadamente 2100 a.C.. As rotas comerciais no mar Mediterrâneo fizeram com que a filigrana chegasse às civilizações Grega e Romana. Foi em Itália que se descobriram as peças mais antigas de joalharia em filigrana, estimando-se que sejam do século XVIII a.C.. Acredita-se que a própria palavra “filigrana” teve origem durante o Império Romano.
A palavra filigrana deriva do latim filum que significa fio e granum que quer dizer grão. Portanto, trata-se de um fio granulado. Esta definição deve-se à aparência granulada que pode apresentar a superfície de algumas peças clássicas.
Mas a arte da filigrana foi mais além e cruzou fronteiras até à Índia e China, onde era usada sobretudo como elemento decorativo e não como joalharia. Na Península Ibérica, as peças mais antigas em filigrana remontam a 2000-2500 a.C.. Contudo, acredita-se que estas peças pertenciam a comerciantes ou navegadores vindos do Médio Oriente, portanto, não teriam sido aí fabricadas.
Na verdade, é apenas no século VIII d.C. que se pode afirmar com certeza que a filigrana estava a ser desenvolvida e produzida em Portugal. Com a chegada dos povos árabes surgiram novos padrões, fazendo com que a filigrana da Península se diferenciasse da de outras partes do mundo. No entanto, a filigrana dos séculos passados não era igual à que conhecemos atualmente. Os padrões e o uso eram diferente, mas as técnicas utilizadas eram muito semelhantes. A filigrana distingue-se de outras técnicas pela forma como os diferentes finos fios desenham padrões e são soldados juntos de forma a criarem uma peça muito maior.
Nenhuma outra arte de joalharia usa uma técnica de fusão semelhante para juntar fios de ouro. Atualmente, bem como há milhares de anos, os diferentes fios que compõem cada peça unem-se apenas pelo calor, sem recorrer a nenhum outro material ou liga.
Existem dois tipos de filigrana: a filigrana de aplicação, que é utilizada para decoração, e a filigrana de integração, que constrói o próprio objeto unicamente em filigrana. Os fios são torcidos, batidos e levados ao lume para ficarem moles e finos. Posteriormente, são limpos e ficam prontos para os artesãos.
Tradição Versus Modernidade
Há muito que o artesanato português, conservando as suas heranças tradicionais, se abriu a novas aventuras, renovando a sua imagem ao encontro de novos públicos e, assim, procurando garantir a própria sobrevivência. Não se trata de competir com os modernos sistemas de produção, mas antes de assegurar a continuidade das artes tradicionais, legado que importa preservar, divulgar e incentivar.
Felizmente, em muitos casos exemplares, e também na ourivesaria e joalharia, as artes tradicionais renovam-se pela mão de designers e artistas contemporâneos, dando um novo sentido à tradição. Assim se cruzam, em perfeita harmonia, o saber tradicional com o espírito criativo que sempre caracterizou o povo português. Em pleno século XXI, o arrojo dos novos designers não resiste ao metal nobre e criam novas formas.
O norte de Portugal com a sua indústria mineira era um terreno fértil desde os tempos mais remotos para a criatividade dos ourives, sempre confirmada até hoje. A Póvoa de Lanhoso, no Minho, é notável na filigrana, merecendo amplamente o seu título de capital do ouro português…
Foi então no norte do País que esta arte mais se enraizou e as mais conhecidas oficinas são então as da Póvoa de Lanhoso, Gondomar e Travassos, com o seu Museu do Ouro.
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